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Lutas

Aprenda como ensinar lutas com especialistas!

Foto com a capa do livro Lutas

O livro “LUTAS” reúne estudos produzidos por autores especialistas com vasta experiência em ensino das lutas, que também pesquisam sobre o tema em universidades brasileiras e em Portugal - Coimbra.

Os capítulos que abordam diferentes lutas, podem fornecer ao leitor subsídios tanto para o ensino quanto para o treinamento nas lutas.

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Um breve resumo

Conhecida também como arte marcial ou esporte de combate, as práticas corporais as quais nos referimos nesta obra receberão denominação de lutas, devido a abrangência que este termo emprega. A mídia tem revelado a curva ascendente no número de praticantes de lutas como defesa pessoal, esporte e fitness. Ao mesmo tempo revela o aumento da violência manifestada por jovens lutadores que, na percepção popular, deveriam ser exemplos de boa conduta.

Nota-se que o crescimento da luta como fenômeno esportivo e social não tem sido acompanhado de investimentos de pesquisa nesta área. Em alguns casos os trabalhos publicados apresentam um relato de cunho jornalístico e pouco científico, nem sempre associado em dados empíricos, o que sustenta a necessidade de ampliação e aprofundamento de estudos sistemáticos sobre o tema.

Assim, as informações presentes neste livro se constituem em instrumento valioso para ocupar esta lacuna na produção e divulgação do conhecimento na área, servindo de suporte para professores de Educação Física e alunos de graduação, instrutures de lutas e seus praticantes, admiradores e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento que tenham interesse no fenômeno Lutas.

Autores

  • Ana Rosa Jaqueira
  • José Antônio Vianna
  • Marcelo Gomes da Costa
  • Paulo Coelho de Araújo
  • Ricardo Ruffoni
  • Roberto Corrêa dos Anjos
  • Silvana Rígido Duino
Imagem com capa e sumário do livro

Karate: bases para o treinamento

Aperfeiçoe seus conhecimentos sobre karate!

Foto com a capa do livro Karate: bases para o treinamento

Os textos presentes neste livro reúnem vários aspetos relacionados à prática do Karate, seja para melhor formação dos instrutores, para a motivação dos praticantes, para um melhor desempenho desportivo, para um melhor acompanhamento de elementos preventivos necessários e imprescindíveis no dia-a-dia (treino, luta, competição),[...] premiando os leitores com um conjunto de textos científicos sobre a prática do Karate, através da reflexão de especialistas nacionais e internacionais de modalidade de luta tradicional. Abaixo seguem alguns trecho iniciais do livro, para que você tenha um gostinho do que te espera no livro:

Princípios desportivos para o treinamento de karate

A tradição de transmissão oral da filosofia, história e técnicas das lutas orientais, tem assegurado à difusão destes conhecimentos e práticas ao longo do tempo. No entanto as mudanças sociais contribuíram para que as lutas fossem se modificando de arte marcial para educação física e esporte -- predomina em academias e clubes a prática do karate com finalidade esportiva.

As evidências sugerem que a maior parte dos instrutores teve sua formação nas oficinas de karate nas quais a prioridade reside nas habilidades técnicas e estratégica da luta, que apresenta semelhanças com a formação do artífice (Sennett, 2015).

A formação de instrutores enfatiza as competências técnicas e os conhecimentos históricos e filosóficos da luta de forma a garantir a continuidade da tradição. No entanto a maior participação no esporte de rendimento sugere a necessidade de complementação da formação básica do instrutor com outras habilidades e conhecimentos que contribuam para otimizar a formação e o rendimento esportivo dos praticantes de karate. O fato de se tornar esporte olímpico deve pressionar o treinamento tradicional para adotar procedimentos e estratégias do treinamento esportivo.

Nesta perspectiva, por meio de habilidades e competências técnicas de karate o treinamento esportivo para o rendimento deve estimular modificações no funcionamento e na anatomia do organismo do praticante, influindo em sua capacidade de desempenho para que o mesmo seja capaz de realizações esportivas cada vez mais expressivas.

Conhecer e aplicar os princípios científicos do treinamento desportivo fornece ao treinador as condições para a melhoria da performance esportiva do praticante. A orientação incorreta eleva o risco de produzir em vez de melhoria no condicionamento físico e técnico do karateca, a redução do desempenho esportivo ou aumentar o risco de lesões.

Levantamento realizado com 65 professores de karate (9 mulheres e 56 homens com média de 37,1 anos de idade) observou que 76,9% dos sujeitos eram formados em nível superior (Tabela 1). No entanto, apenas 16,9% dos investigados informaram terem estudado treinamento esportivo ou conhecimentos afins.

Imagem da tabela mostrando estudo feito sobre nível de escolaridade de professores de karate

Planejamento do treinamento aplicado ao karate

Etapas do treinamento a longo prazo

Para que sejam alcançados altos rendimentos esportivos é necessário um processo de desenvolvimento planejado a longo prazo das capacidades físicas, mentais e das destrezas motoras fundamentais ao rendimento na atividade (Quadro 1).

Imagem do quadro as etapas do treinamento a logo prazo

Segundo Bohme (2002) o planejamento do treinamento a longo prazo é fundamental para que os jovens atletas tenham condição de apresentar os melhores resultados esportivos nas idades adequadas.

Na preparação básica dá-se o treinamento generalizado das atividades coordenativas para o fortalecimento harmonioso de todo o corpo e a formação multilateral, cujo volume de treinamento deve estar em torno de 80%. Pelo fato da formação técnica e tática ser prioritárias no desempenho no karate, deve-se destinar nesta fase um volume de treinamento dos fundamentos técnicos superior a 20%.

A literatura recomenda que esta etapa possa ser iniciada a partir de 8 anos de idade. Sugere-se que a preparação básica tenha a duração de 3 a 4 anos. Como a evolução dos rendimentos a longo prazo dependem do preparo generalizado, esta etapa deve compreender o início do desenvolvimento da resistência aeróbica, da velocidade, das habilidades, da coordenação de movimentos em geral e para despertar o gosto e o interesse pelo treinamento e prática de atividade física regularmente (Barbanti, 1979; Bohme, 2002).

Considera-se que a segunda etapa, chamada de preparação específica, deve ter duração de 3 a 5 anos. Além de aperfeiçoar as qualidades físicas básicas, o treinamento deve dirigir-se ao desenvolvimento de capacidades e habilidades específicas da modalidade esportiva. Nesta etapa ocorre a diminuição do volume do treinamento generalizado e um aumento do treinamento específico das habilidades e capacidades específicas necessárias ao desempenho na prática de karate.

Na terceira etapa - altos rendimentos - diminui-se a proporção de preparação geral para que o treinamento das especificidades da luta receba maior atenção. Deve haver um maior número de treinos e amplia-se a participação em competições. Habituar o atleta a competir é fundamental para que o mesmo atinja rendimentos elevados (Bohme, 2002).


Metodologias de treinamento no karate

Treinamento de qualidades físicas específicas

Considera-se que para o melhor desempenho na atividade de luta, o praticante deve ter na fase de preparação geral uma formação de base harmoniosa em todas as qualidades físicas e formação técnica apurada.

Ao tomar as características da luta para evolução do treinamento na fase de preparação específica, percebe-se que há a necessidade de o lutador realizar movimentos que não se repetem nas fases do processo de execução no menor espaço de tempo. A rapidez na execução de socos, chutes e demais golpes no karate pode ser classificada como velocidade acíclica.

O lutador de karate deve reagir rapidamente para defender-se de um ataque do adversário ou para aproveitar uma falha na movimentação, na postura ou na guarda de seu oponente. O tempo que decorre desde a percepção do ataque ou da falha do adversário até o início da reação é crucial no desempenho do praticante – velocidade de reação.

A experiência pode levar o lutador a ter uma leitura prévia do comportamento do seu adversário, possibilitando reagir adequadamente à situação e antecipar-se a ação do oponente, mas o treinamento da velocidade de reação pode habilitar o praticante de esporte a reagir aos estímulos externos com uma demora mínima (Weineck, 2000).

Entre os fatores que cooperam para a velocidade estão a força básica, a coordenação de contração / descontração do sistema nervo-músculo, a elasticidade das fibras musculares, a relação das alavancas das partes do corpo envolvidas e a boa coordenação da técnica dos golpes (Barbanti, 1979; Weineck, 2000; Stein, 2000; NSCA, 2015).

Um dos principais meios para a produção de energia para realização de trabalho no karate está na utilização dos fosfatos ricos em energia (ATP, CP). Este mecanismo está situado no que a literatura classifica como metabolismo anaeróbio (com débito de oxigênio), que permite o organismo produzir grande quantidade de energia em curto espaço de tempo para a contração muscular (Astrand,1980; Weineck, 1989; 2000). A ótima coordenação intra e intermuscular da musculatura envolvida na aplicação dos golpes e a ativação de maior número de fibras musculares permitem elevar a força e a velocidade.

Segundo Weineck (2000) uma melhora da força devido à contração mais rápida, sempre vem acompanhada de uma melhora da velocidade. Assim, no que dizem respeito ao treinamento específico, as principais qualidades físicas que devem ser trabalhadas no karate são a força rápida (potência) e a velocidade.

A capacidade do lutador em superar a resistência representada pelo peso dos segmentos do próprio corpo com velocidade de contração o mais alta possível caracteriza a força rápida na prática do karate. A força rápida é dependente da maior quantidade possível de unidades motoras ativadas no início do movimento - força de partida -, da velocidade de contração das fibras musculares e da força de contração das fibras recrutadas – força explosiva - (Weineck, 2000; Ritzdorf, 2000; Roozen & Suprak, 2015).

Para um desempenho adequado na luta esportiva de karate na qual a intensidade dos estímulos e o número de repetições de golpes aplicados com força rápida – movimentos de tronco e extremidades - no tempo de luta (3 min), o treinamento deve trabalhar a resistência de força dinâmica para proporcionar ao organismo uma capacidade de recuperação mais rápida da musculatura envolvida.


Estrutura da sessão de treinamento no karate

O treino de karate deve ser constituído de três partes estruturadas para possibilitar ao praticante o desenvolvimento de sua condição física, psicológica, social e técnica-tática: aquecimento, parte principal e relaxamento.

Aquecimento

No aquecimento o instrutor de karate deve exercitar os praticantes a fim de prepará-los tanto física quanto psicologicamente para as atividades mais intensas que serão executadas no decorrer do treino. Corridas, saltitos, alongamento muscular e mobilizações articulares realizados em sequência e tempo adequados, devem levar os músculos, órgãos e demais partes do corpo a funcionarem com mais eficiência.

O aquecimento aumenta a temperatura corporal e a irrigação sanguínea geral e localizada ocorrendo à abertura e dilatação dos vasos capilares na região da musculatura que será exigida na parte principal do treino, favorecendo a contração e relaxamento muscular mais rápida. Também prepara o sistema nervoso para os estímulos posteriores (as mensagens transitam mais rapidamente) e diminui as possibilidades de lesão (Astrand, 1980; Barbanti, 1979; Weineck, 2000).

Segundo Astrand (1980) a duração e a intensidade do aquecimento devem ser ajustadas à temperatura ambiente e a quantidade de vestimenta. Recomenda-se uma duração aproximada total de 15 a 30 min. Conforme o autor o tempo entre o aquecimento e a competição não deve exceder 15 min. Os benefícios alcançados com o aquecimento se mantem por cerca de 20 a 30 min num nível relativamente alto e desaparecem após 45 min de repouso (Weineck, 2000).


Mobilidade e flexibilidade no treinamento de karate

O conceito de mobilidade e o conceito de flexibilidade estão relacionados à capacidade de executar movimentos articulares o mais amplamente possível e à capacidade elástica de músculos, ligamentos, tendões e cápsulas articulares. Pode ser citada como benefícios do treinamento da mobilidade e da flexibilidade a maior amplitude de execução dos movimentos, o relaxamento da musculatura antagonista à execução dos golpes favorecendo a produção da força rápida, a melhoria na execução da técnica e a prevenção de lesões. Utilizaremos a seguir o termo flexibilidade para abordar estas questões.

Para obter ganhos na flexibilidade do atleta o treinamento deve ser diário e de longo prazo, o que pode inclusive promover alterações na articulação induzidas pela carga (Weineck, 2000). No que diz respeito ao karate, ao aumentar a amplitude de movimento para a aplicação de um golpe, aumenta-se a distância e o tempo sobre os quais a força pode ser desenvolvida, resultando em maior potência ou velocidade. O músculo mais alongado armazena a energia elástica e a libera produzindo maior força contrátil (Blomfield & Wilson, 2000).

Os grupamentos musculares mais utilizados nas técnicas de karate devem ser exercitados com atenção ao equilíbrio do trabalho alternado na musculatura agonista (a responsável pela força nos golpes) e a musculatura antagonista.


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